Aninha quer O ninho.... Ele está sendo reconstruído, há um ano, graças aos cigarros e cafés do Carlinhos. Foi um pedreiro tipo amor a primeira vista, falávamos a mesma linguagem: tudo que eu queria, meus delírios mais delirantes e ele dizia "fica ótimo", "já fiz algo assim", "dá certo". Sem contar que cobrava menos que o outro pedreiro que dizia "não dá certo", "fica feio", "desvaloriza sua casa na hora de vender". Pedreiros são homens, então tá explicado... Me 'apaixonei' por aquele que jurava que ia realizar meus sonhos...e eu lá quero vender minha casa, tô mexendo no cafofo é pra ficar dentro dele. Fiquei com o Carlinhos, que me entendia, é um caiçara perdido no Mato Grosso do Sul e podia fazer minha casa com cara de praia, bem no Centro-Oeste, esta terra quente, arenosa, porém sem mar.
Tudo rolava a mil, os tijolos a vista subindo, o forro inclinado de madeira com estrutura aparente tomando forma, paredes caindo, outras sendo erguidas. Até que eu terminei de pagar o combinado e ele não havia terminado a obra. Relacionamento estremecido, começaram as traições. Doze meses depois, muitos quilos de pó de café depois e inúmeras renegociações, muitas sentadas para 'discutir a relação', ele já fez um monte de coisas, mas ainda falta outro monte.
O ritmo, mais lento que do Donatello, o jabuti que passou a habitar na casa inconclusa, neste meio tempo. Não estou exagerando. Ontem (20 de out) ele assentou mais ou menos uns 4 (quatro, isso mesmo, four) azulejos no banheiro e colocou um puxador na porta. Senhor, chama o Donatello pra ajudar! Eu quero minha casa nova!
Então, já viu, este blog, no qual pretendo contar a saga da reforma da casa vai ser atualizado a cada cinco ou seis meses - brincadeira, tem um livro de histórias passadas pra contar.
Bem, ainda não mandei o Carlinhos ir catar coquinho, abrir asfalto com picareta de borracha ou tomar café na casa da vizinha porque faltam pedreiros na minha cidade. Tem uma obra imensa aqui, com mais de 10 mil homens trabalhando (yes!) e falta mão-de-obra. Então, é como homem - mais uma vez a comparação - na falta de tu, vai tu mesmo e claro, ficamos entre as insatisfações e as pequenas alegrias. E vamos tocando, sonhando com tudo de lindo que ainda teremos... Pedreiro e propriotário também é um relacionamento, conclui!