quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Recados de uma catástrofe





















































































































































































































































































Depois de 123 dias sem uma gota de chuva e uma umidade do ar em até 13%, mais seco que o deserto, uma temperatura de 40º durante o inverno, e muita súplica pelo fim da seca, Deus mandou um grande recado para minha cidade: grana não é tudo, mas a vida é tudo. E Ele sabe disso, quer nos ensinar.


No fim da noite de 27, início da madrugada de 28, veio a grande lição. Muita gente já estava dormindo, como em qualquer boa cidade do interior. Uns poucos acabam de chegar em casa, outros ainda estavam em bares, casas de amigos. A tempestade se formou rapidamente, uma chuva de raios, relâmpagos e trovões. Em seguida, cerca de cinco minutos de rajadas de vento e 10 de chuva de granizo. Um barulho ensurdecedor em todos os cantos da pequena cidade, muito susto e medo, mesmo sob a proteção das casas.

Porém, alguns já não tinham mais a proteção das casas quando começou o dia 28. Foram 1 mil residências afetadas, algumas desabadas, destruídas totalmente, outras destelhadas ou com muros ao chão. Avarias de vários tipos. Os estragos se repetiram em prédios públicos -R$ 4 milhões, avalia a prefeitura - e em prédios comerciais - R$ 1 milhão em prejuízos, avalia a Associação Comercial.


Mensurar os efeitos daqueles minutos é difícil. As torres de telefonia, de transmissão de energia, de emissoras de rádio e TV retorcidas, jogadas no chão, como palitinhos quebrados, e quadras poliesportivas com os pilares de concreto deitados, misturadoàs coberturas metálicas picadas, formando um monte de entulho, dão um sinal da força da natureza. E da catástrofe.


Ainda não se computou, mas mil árvores, com certeza, foram arrancadas pela raiz. A Lagoa Maior, que dá nome a Três Lagoas, o ponto de encontro da cidade para lazer e esporte, o cartão postal ficou moído, só lá 200 árvores jazem.

Apagão? Sim. Alguns bairros - incluindo o meu - ainda estão sem energia. O equivalente a 10% das casas ainda está no escuro, sem telefone, sem internet. Dona Aparecida de Souza Dias, de 56 anos, está sem vida. A irmã dela, dona Isolina, com alguns ferimentos. E, diante de tanto estrago, os ferimentos do povo foram leves, algumas escoriações, alguns poucos pontos.

Como tudo ocorreu no meio da noite, a chuva persistiu, poucos saíram de casa. A ficha caiu terça-feira de manhã, quando se olhou no entorno e pudemos perceber a intensidade do que tinha ocorrido. Metade da cidade sofreu algum impacto: 40 mil pessoas com danos materiais ou suspensão de serviços. Bombeiros, Defesa Civil e hospitais nem chegaram a fazer uma estatística dos ferimentos, porque foram poucos.

Passei a terça-feira em pânico, apurando notícias para o principal jornal do Estado, que fica na Capital. Trabalho há dois dias na lan house, devido ao desabastecimento. Ao andar na cidade onde nasci, da qual quis me livrar dos 17 aos 31 anos e para a qual voltei, mãe, madura, apaixonada e comprometida, constatei o tamaninho de nós. Nada, grãozinhos no areal do mundo. O choro vem à porta dos olhos toda hora e ainda não entendi se é por medo, por agradecimento, pela lição, por saber o que é óbvio e me esquecer disso o tempo todo. Não chorei. Penso, penso, sentido da minha existência, da nossa existência.

Mas vejo recados claros:

1. Deus tocou nossos bens materiais, tocou nossa rotina de cidade desenfreada em busca do crescimento - menos de 100 mil habitantes e a 25ª economia mais dinâmica do país ano passado, primeira do Centro-Oeste, foco do desenvolvimento do interior do país com investimentos de todas as esferas públicas e privadas, responsável por metade das exportações de Mato Grosso do Sul, detentora das duas maiores fábricas de celulose e papel do mundo, prestes a ter a maior fábrica de fertilizantes do Brasil, estratégica em energia, em transportes, cheia de si, auto-estima elevada, quase soberba. Deus acaba de dar um piparote nesta nossa loucura de trabalhar, trabalhar, pensar em dinheiro, pensar em estatítiscas grandiosas, querer ter para ser.

O comércio está quase parado, aulas suspensas, correria desacelerada, famílias conversando com as TVs, net, videogames desligados, pessoas se ajudando. Uma vida diferente daquela que estávamos construindo.

2. Deus quase não tocou em 99999 pessoas, fisicamente. Tocou uma, e isso se evidencia por vários fatores: horário do temporal, número e gravidade dos ferimentos e os fatos em si. Imagine uma torre de telefonia de 40 metros e toneladas de metal, que poderia ter caído sobre algumas casas e caiu, destruindo pequenos pedaços das casas, garagens, de preferência, sem acertar ninguém e se dobrou para a rua. Imagine eucaliptos de 30 metros, que poderiam ter caído em cima de casas, matado pessoas, mas acertou apenas varandas, postes de energia. Imagine cabos de alta tensão soltos nas poças d´águas, mas ninguém levou um choquinho sequer.

Então. Deus tocou nossos bens materiais, mas não tocou nossos corpos. Que sejam recados para tocar o que vai além dos nossos corpos.

Preparando postagem

Em alguns minutos, post novo.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Flores e a presença de Deus

Creio que as flores são a invenção do momento mais criativo de Deus, embora a Bíblia conte que a coroa da criação somos nós. Elas me fazer entender a chamada teoria do Design Inteligente (DI), uma teoria que desenca o Big Bang e diz que até a mais simples estrutura presente no mundo demandaria muita inteligência para ser criada, deixando de lado aquela história de uma explosão criadora do universo e de coisas.
Flores são inteligentíssimas - função reprodutiva, etc - e o supra-sumo do design. Se não fossem estaríamos nós a reproduzi-las diariamente em tantos - e lindos - tons, objetos e momentos para coroar nossas decorações?




Uma pessoa, quando não tem tempo de criar postagens, cria estratégias, já contei aqui. Hoje, foi catar tudo que tem flores, numa pasta que chamo de baú, onde guardo imagens que me enchem os olhos. Boa parte delas, continha flores: naturais, estampadas, dando forma a objetos. Boas vindas à primavera. E à presença de Deus na sua vida.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Livros para decorar

Nunca imaginava, na minha antiga vida intelectual, que livros poderiam ser o foco de uma decoração.
Tenho lido muito pouco e comprado também pouco, salvo livros para a Joana. O que, de resto, tem surtido resultados e a minha pré-adolescente está, ela mesma, escrevendo seu primeiro livro... que está publicando drops no blog dela, o Plooshventure (tem link aí em baixo, confira).



Com tão pouco estímulo e já dá resultados. Imagine se tívessemos um destes dois ambientes em casa?

Beijo e desculpe-me pelo post apressadinho. É que olhei o número de visitas na última semana e conclui que ninguém merece vir aqui, olhar o cupcake de dez dias atrás, né? Obrigada pela visita ainda assim.