sexta-feira, 27 de março de 2009

Reforma do banheiro - parte III - volta ao passado

Pos-post. Relendo o post de ontem, hoje, não tive como não complementar, ao chegar ao trecho do texto em que lembro da vó Anna Luiza e sua boca desdentada. Então, leia o post de ontem para entender o de hoje. Ela nunca teve uma pia na vida. Suponho que nos seus tempos de infância, na década de 10, 20, deve ter usado uma canequinha na beira da roda d´água para fazer a higiene bucal. Não uma canequinha de ágata, porque era pobre, mas uma daquelas em que se aproveitava uma rara lata que vinha com mantimento e mandava rebitar uma asa de folha de flandres, reaproveitamento que cheguei a conhecer na minha infância.




A privada era daquelas de buraco, uma casinha de madeira no quintal, talvez com uma fresta no teto para observar a natureza.... como esta daí. (Parênteses - Sabiam que existe uma história, uma sociologia sobre a história da privada, teoria pra explicar como as cagadas humanas saíram do ar livre, foram confinadas e sofisticadas ao longo dos séculos????)
Na velhice, ela já tinha um vaso sanitário, o banheiro continuava externo, mas nada de pia. Com sua boca careca, como a gente dizia com sorrisinhos marotos, não precisava escovar os dentes, claro, então lavava a boca e o rosto, com sabonete, no tanque, esfregava a gengiva com o dedo.
Também lavamos a cara no tanque, muito, inclusive meus meninos, quando freqüentávamos um sítio que meu pai teve. Quando a água do poço praticamente secava, a disponibilidade era também uma única caneca de água para caras e bocas. E essa escassez de água é algo do que ainda quero falar, outra hora. Porém, havia uma grande vantagem, pra vó e pros meninos na visita à casa do vô: a de tirar a remela dos olhos e acordar para o dia olhando o quintal, as plantas, o sol preguiçoso, o orvalho ainda rebrilhando, talvez um passarinho ou uma galinha emitindo seus primeiros sons. Para isso não havia preço.
Vai daí meu gosto pra banheiro, entendi hoje. No meu banheiro, o pé de bucha enfiando seus ramos e brotos pela janela e eu achando lindo. No banheiro deles – quase batizado de banheiro dos flintstones, ou batcaverna, ainda há controvérsias sobre o nome – as pedras, o céu pela pérgola e as plantas que virão. O custo financeiro foi nada, diante da sensação revisitada de acordar com os olhos naquilo que Deus fez. Assim, entendo também porque meu inconsciente (ou será subconsciente?) falou e me remeteu tanto à roça ao falar de banheiro mesmo que seja nos tempos atuais. Não podia, portanto, deixar de concluir com uma volta aos sábios adágios da roça: já que não tem tu, vai tu mesmo; quem não tem cão caça com gato e o entendimento de que 'para alguns tirar remela dos zóios é o regalo da vida'.






Já foi mais difícil!!!!

quinta-feira, 26 de março de 2009

Reforma do banheiro - parte II - bancada da pia

Enquanto o Nelson, com seu sorriso caipira – ele era de roça, tem uma força descomunal, carregou as vigas da pérgola sozinho, tem aquele sorriso tímido, meio escondido, meio escancarado, muito bonito e comum aos caipiras – sim, enquanto ele vai assentando pedras, dirigido pela renomada arquiteta Euzinha Barbosa, estou mexendo com a escolha da bancada da pia.




Esta aí, foi a que mais amei, me atenderia em diversos aspectos.

Como ela ficará de cara para a porta, que fica de cara com o “escritório-área de distribuição dos quartos”, quero fazer uma que esconda o sifão e onde eu possa esconder mais coisa além da sujeira que os revestimentos vão esconder.
Porém, decidi que vai ser branca, afinal não posso esconder tudo no mundo. Até porque não adianta esconder. Diz a palavra de Deus que tudo que é feito em escondido, um dia será proclamado do alto dos telhados.... prova são os milhares de escândalos do mundo inteiro que parecem crimes sem nenhuma suspeita, mas que um dia explodem e, do alto dos satélites, chegam ao conhecimento público pela TV, internet e tal. Como a economia bichada dos norte-americanos, que enfiaram debaixo do tapete vai saber por quanto tempo e que um dia despencou sobre nossas cabeças....
Não obstante, fico com os revestimentos pretos – que vão mostrar marcas de espuma, de sabonete – e com toalhas marrons, roxas, azul marinho, pretas... não vem que não agüento esfregar roupa não.... Deus me entende.
Mas a pia, essa vai ser aparecida. Uma pia arroz, no meio do banheiro feijoada, ladeado por um jardim de inverno farofa com couve (pedra com plantas) – xiiii viajei forte. Talvez o branco vá esconder marcas de pasta de dente.... e mostrar pegadas das patas superiores dos meninos. Mas, é assim, esconde o barro mostra o sabonete, esconde a pasta, mostra o barro, vida de mãe do interior é esta ’luita’, como dizia minha vó, também de roça, com seu sorriso meio escondido, meio escancarado, já desdentado nos 92 anos, com o hálito de bebê que os idosos sem dentes têm.
Sem mais delongas, vamos aos gabinetes, bancadas, lavatórios, sei lá qual o nome correto, que andei pesquisando, me inspirando....
Se a cuba fosse de sobrepor, poderia ser assim. Achei tão chique estas tinas tipo ofurô, de madeira.

E olha isso. Gente, que coisa mais linda, rústica e chique demais. Poderia ser pesada, mas é lindamente leve, pro meu gosto.


Branquinha, como quero, com uma prateleirinha.




Outra branquela, aquecida pelo cesto de palha e banquinho de madeira.

Gosto desta monolítica também, com pedras, acho.



Ou esta de madeira já mais trabalhada, menos rústica, com nichos para as toalhas e papel higiênico, prateleiras de vidro para objetos lindinhos.



Ou outra em madeira.

Por hoje é isso, gentes.... Espero que tenham gostado e que a minha piazinha humilde um dia chegue aos pés de algumas destas que amei conhecer. Como diria minha mãe, nascida na roça - hoje não tive como deixar de lado a sabedoria caipira - a gente olha com os olhos e lambe com a testa... Ah! garanto que, quando ficar pronta, mostro pra vocês, nada de ficar escondida.... minha pia, a minha pia tem que ser aparecida!

segunda-feira, 23 de março de 2009

Reforma do Banheiro - Parte I

Pois é, depois de um lo000ngo e tenebroso - nem tanto - verão, um banheiro com com jardim de inverno marca o reinício da reforma, após as obras paralisadas por total falta de mão de obra. Romeçamos a mexer, para concluir a reforma do banheiro dos meninos, que tinha ficado quebrado, incluindo um buraco no teto por onde entraria um exército.

O banheiro é pequeno, 2,20 x 1,80m e vai continuar. O previsto era trocar revestimentos, loucas e tal. Só dar uma remoçada. Mas o Carlinhos - antes de sumir com o pagamento da obra já feito - me convenceu a dar uma esticadinha rumo ao corrredor e fazer um jardim de inverno, pra incrementar, dar um up, mais luz. Conseguiu, quebrou parede, ampliou 1m para o corredo e deixou o céu escancarado. Ok, corremos riscos porque isso ocorreu em dezembro, dia 23, mais precisamente.

Como precisava, pesquisei jardins de inverno. Estes:
























Tem mais um monte, mas ando tão preguicenta que não postei.

Abaixo, o banheiro antigo, do século passado. Meia parede azulejada, desgastado, uma velha caixa d´água de cordinha, um armarinho caííídoooo. Bem simplesinho mesmo. Antes, era o banheiro que servia a todos nós. Agora, será para as crianças.




Depois da quebradeira, o resultado era esse.



Aqui, já com o revestimento, pretíssimo. Negão de tudo, porque quem acompanha o blog conhece meu eleitorada infanto-juvenil e sabe que o povo gosta de terra com força.... então, caprichei no esconderijo de sujeiras....
Que me desculpem as amigas que dizem que amam tudo branquinho porque mostra a sujeira. Ah, se eu puder eu escondo.... escondo mesmo porque não tenho tempo de fazer aquela faxina todo dia, não tem quem faça... uma escondidinha não fará muito mal.
Além disso, tá ficando chiquetoso.




Olha, lá para os lados do chuveiro.




Então, o jardim de inverno. Aí, aparece Nelson, o novo homem da obra. Assentando pedra goiana. Gostei da cor, clara, combina com o piso creme de toda a casa, incluindo o banheiro. E uma das mais baratas que encontrei. Meu orçamento continua estreito! Está assim, três meses depois. Um banheirinho de uns 4m quadrados e três meses de obra. Haja paciência. Isso me lembra e ensino a vocês: sempre pedi a Deus paciência. Ele me enviou coisas, situações, pessoas e ocasiões tão, tão, tão enroladas, que só mesmo desenvolvendo o que? paciência. Afinal, como ter paciência? Praticando.... Então, amadas, aprendam a pedir a Deus. Aliás, aliás, até a Bíblia diz que não sabemos pedir.... vou exercitar e, da próxima vez, peço direito. Prometo. Até pra chorar e ganhar mamá tem técnica, tem que ter competência, fazer o que?
Beijos....
















segunda-feira, 16 de março de 2009

Recomeçando na segunda-feira

Morda a língua quem reclamar da máxima "começo na segunda-feira". Quantas de nós já começou (bem, começar, assim, bem começar, não é o caso!!!!) uma boa dieta, uma caminhada, uma nova vida, uma nova maneira de trabalhar, numa segunda-feira. Segunda é o primeiro dia das transformações das nossas vidas. Sei lá, tô tentando a tantos dias retomar o blog que achei simbólico recomeçar hoje. Segundona.
E a pauta? Jornalista sem pauta, sem assunto definido, é coisa de outro mundo. Deleta, não é jornalista. Mas como escrevi um texto pra revista sobre o primeiro passo rumo ao cumprimento das promessas de mudanças, melhor cumprir o objetivo. Recomecei. Meio sem nexo. Catei as fotos que vi primeiro na minha lista de inúmeras coisas surrupiadas da internet e postei.
Não tem lógica. Tem beleza, um pouco das coisas que gosto. Mas tem, principalmente, a determinação de recomeçar, ir me organizando, tomando a linha, reabilitando o prumo e voltar a fazer meu bloguito amado, falar com minhas amigas mais amadas ainda, me excitar com novas idéias, me exercitar com uns artesanatos capengas, buscar inspirações, trocar, interagir.....
O blog fez falta, vocês fizeram falta.....
Nas duas últimas semanas, produzi dois jornais e uma revista, na qual escrevi quase 30 páginas, sem funcionária doméstica e trabalhando na assessoria da Câmara de vereadores. Nada de coisitas pra casa, a não ser o essencial, lavar roupa, cozinhar, comandar o povo na limpeza e etc. Mas, hoje, com licença, mundo. É segunda-feira, o universo pode esperar. Hoje é dia de blog. Porque se eu deixar para amanhã, só depois de amanhã, ou segunda que vem.



Eu gosto tanto deste canto, de tudo, das pedras, dos tecidos, das madeiras, da planta..... suspiro


Esse é gostosinho também. Mas prefiro o primeiro.

Neste quarto, eu esconderia as celulites e posaria de sei lá quem......



Aqui, gosto das fotos preto e branco e das cadeiras de madeira



Esta cozinha já postei. Parece (bem, parecer não parece, mas lembra) a minha, depois da reforma.


Nossa, um closet destes, provavelmente nunca terei, mas que é biito, é.


Amo esta cena. Namora ela comigo. Eu queria uma ampliação bem grandona, colocar na minha parede e namorar....


Outro cantinho.



Aqui, externo, gosto da marquise de vidro e do ar despojado, rústico.

Isso aí. Beijos, queridas. Desculpem-me pelos atrapalhos e pelas desencontradas idéias.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Oiêêê.... Tô viva e volto logo

Amigas, estou viva. Muita viva, em corpo, alma e espírito. Dentro da máquina de moer carne, socada a pilão, esmagada como soja pra virar óleo, dissecada como cadáver no vale de ossos secos...... kakakakakakaka que exagero! Graças a Deus. Tudo se acertando. Muito serviço, muita intensidade em tudo.... matando uns 20 leões por dia, movida pelo Espírito Santo. Crendo. Vou reaparecer loguinho, quero, espero, aguardo, anseio. Esperem por mim????? Vai, esperem, não se esqueçam de mim..... Beijo. Amo cada uma.