quinta-feira, 23 de abril de 2009

Eu e os tecidos - futton e porta-retrato na prancheta

A belezoca pré-adolescente aí de baixo é minha modelo predileta. Para tentar dar uma melhorada na minha produção, ela topou fazer a foto sem cachê,porque vocês sabem que sou mão-de-vaca, pão-duro e sovina. No caso, quero falar das duas coisas, o banco de madeira e o almofadão, um futon ao meu estilo, bem caseiro.



Primeiramente, não será novidade, as duas peças são frutos do quê? Isso, ganhou um doce quem disse que é fruto do reaproveitamento. Como assim? Bem, o banco é produzido com madeira de paletes recolhidos em uma indústria de refrigeradores aqui da minha cidade, a Metalfrio. Eles doam a madeira para um projeto social do qual faço parte, o Desafio Jovem Peniel
Esta ONG é ligada à igreja Peniel, na qual congrego. A ong mantém um programa de recuperação de dependentes químicos, gratuitamente, e um dos projetos é a laborterapia, onde temos a marcenaria, que produz alguns móveis com as madeiras doadas.
Este bancão, com três cadeiras e uma mesa de centro custam - abram a boca e pasmem! - cerca de R$ 600,00. Só! Porém, o mais legal é que, enquanto os rapazes, adolescentes e senhores jogados às traças e consumidos pelo vício tentam reciclar suas vidas, pelo poder do amor, das orações e da palavra de Deus, fazem a reciclagem de madeira e também de garrafas pet, que são vendidas para custear o programa de recuperação.
Eu sou louca pelo Desafio Jovem Peniel.... uma obra de amor a Jesus, ao planeta e aos homens.


Já quanto ao futton caseiro (bem, futton, futton não é, mas dei um formato parecido) era o colchão de espuma do berço que acolheu a meninada de casa. O povo cresceu e o colchão ficou pra lá e pra cá. Doei o berço e não sei porque não doei o colchão. Resolvi. Cortei o cara com uma faca de cortar pão, daquelas serrilhadas, e costurei o tecido a mão. Não fiz fotos, mas foi assim. Cortei as partes de cima e de baixo com uma sobra de uns 3 cm e, para as laterais, uma tira com a mesma sobra e costurei as laterais nas partes maiores, com uma costura parecendo de colchão. Nunca vi nada igual, mas, ao vivo, deu um ar de futton, acredite. Baratinho, baratinho. "Nossa, ficou super bem feitinho", elogiou minha mãe. Eu acreditei. Sem contar que um futton custa o que eu não ouso pagar.

A seguir, temos a cadeira do jogo. A almofada do encosto fica em pé porque tem uma madeira entre as espumas. Era assento e encosto de outra cadeira velha que reaproveitei também. Acho que seria mais legal se pegasse todo o assento da poltrona, mas também é legal deixar a madeira um pouco a mostra, já que não compromete o conforto.
Eu acho tão chique!!!!! Rsrsrsrsrssrsr. Coisa de pobre????

Sei lá. Mas tenho convicção: coisa de pobre - brasileiro, pelo menos - é conta, crediário, prestação, carnês e milhões de faturas pra pagar. Se não fosse assim, como teríamos, né G.Aronson, né Samuel Klein (vulgo dono da Casas Bahia)???
Então pra organizar o que chega pra pagar, usei uma prancheta que fica pendurada na cozinha. Acho que tinha meia dúzia de pranchetas, sobras de uma pesquisa que realizei uma vez. Tentei fazer algo bem bonitinho, com restos de tecido da colcha do quarto da Joana - minha modelo da primeira foto - e algumas fitas, um restinho de jeans. Deu nisso aí.



Uma primeira experiência meio meia-boca no visual, mas que resolveu muito a questão dos atrasos, das contas perdidas e do Cézar reclamando: "você nunca sabe onde estão as contas..." Na verdade, Cézar, eu nunca sei mesmo onde é que está o dinheiro, este eu queria saber sempre. Hehehehehehe. Dá pra deixar uns 50tão no bolsinho rosa? Ali eu acho facinho, amor .... posso pagar a modelo.


Já a segunda experiência foi este portarretrato ou porta-retrato para a Dani, amiga da Jô. Levei uns milhões de minutos para fazer, mas consegui.

O fundo é um morim baratinho, colado com cola + água. Depois, umas fitinhas, uma rendinha, e corações e o D, da Dani, com feltro. Os corações são colados somente em algumas partes - estrategicamente, obra de projetista - para que se encaixem as fotos. Demos com uma das lembranças de aniversário para ela.

Olhem os detalhes mimosos!!!!



Cola, tecido, linha e agulha, pouco custo, reaproveitamento 100%, eu e Joana - dando muuuuuitos palpites. Pra mim, uma receita de sucesso. Precisa ser aprimorado, claro, mas um sucesso, até aqui porque, se economizamos na grana, gastamos na convivência, nas risadas e no amor. Metida? Nada. Ainda não consegui fazer uma roupa na minha máquina de costura. O apóstolo Paulo dizia que tinha um espinho na carne para que não tivesse chance de se gloriar. Eu, pra calar meu ego, também tô assim: consigo colar tecido, mas costurar uma blusinha sequer..... nada, pra não me gloriar....
Beijos no coração e que vocês vejam Deus cuidando individualmente de cada uma, nos pequenos e grandes momentos da vida. Na riqueza ou na pobreza.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Direto da casa da vó


A casa da avó, das tias ou mesmo dos pais pode ser um celeiro de grandes achados. Procurando nos depósitos, naquelas casinhas de despejos, temos como resgatar objetos maravilhosos que poderiam ter o lixo, o troca-tudo ou o esquecimento como destino.

Mas nada que um toque extra de criatividade não possa reacomodar em nossas casas atuais. Móveis e objetos, eu diria com genealogia, podem nos trazer originalidade, beleza, sentimentos, saudades e até um pouco de eternidade. Veja a mesa acima, toda lascada, pintura desgastada e rabiscada. Dirias que faria tão bela figura na sala? Pois faz.

Eu já roubei um baú do meu pai e espero, qualquer dia destes, roubar umas cadeiras que eram da minha avó. Elas lembram o estilo Tonet, um Tonet caipira, mas tão lindas.... aguarde seo João. Qualquer dia desses, diga até logo pras cadeiras porque vou dizer olá....

As cadeiras da dona Anna Luiza parecem esta, com assento diferente: quadrado e de madeira. Mas os pés e encosto, lembram bem.


Uma poltroninha ganha tecido novo



O armário serve para o rancho, com companhias simpáticas e arrumação idem




Outra poltrona com forração nova, no canto de leitura, com a velha mesinha de centro servindo de apoio para os pés.


Outra mesa encantando a cozinha, com banquinhos singelos e objetos lindos, como fruteiras, compoteiras, lustres e castiçais. Eu deliro nesta cozinha.



Outra mesa 'detonada' no escritório, compondo com o bule que vira vaso



Louças que acomodam flores




mais vasinhos da vó




Janelas da casa antiga



Outra janela da Argina Seixas




Armarinho que vira guarda-louca, cristaleira, guarda-comida




E vai pra cozinha, compor com o ladrilho hidráulico da casa da bisa


Uma cômoda que volta ao estado natural


Uma cadeira com tecido fofo



Outra com tecido alegrinho, floral




O baú que vai pro rancho ou casa da praia e ganha companhias de fibras e uma composição linda de chapéus que protegerão visitas e familiares

É isso, do fundo do baú das nossas histórias podemos tirar capítulos novinhos, cheios de charme e personalidade. Beijos.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Poltrona de concreto

Nada na vida é tão concreto quanto a vida e a morte. AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
Socorro, quero minha mãe, um útero quentinho, um colo com leite morno....... quero a parteira que ajudou a me parir. Não dá? Ok, fico com a poltroninha de cimento mesmo, a vida é assim. Eu amei a dita cuja, na sua rigidez pareceu-me confortável.... OS dias estão tão, tão, tão inomináveis..... que, gente, é assim: vou jogar umas almofadas fofas, uma manta colorida e dizer que uma poltrona de concreto é o supra-sumo (se tem hifem ou não? Caramba, o que é um hifem diante da concretude de tudo!) do sonho de consumo. Vou sentar e ficar com a boca escancarada e cheia de dentes esperando a morte chegar.....