Tanta emoção se deve ao fato de que, desde dezembro, quando comprei minha máquina de costura - usada -, venho prometendo que tentarei fazer alguma roupa. Chega de cortinas, almofadas, futons, colchas.... é hora de fazer algo pra me vestir também.....
Como os indianos parecem gostar pouco de costura, com aquele emaranhado de tecidos enrolados no corpo ou com o kaftan que só tem duas costuras do lado, - modelo tomado de empréstimo da antiga Mesopotâmia, me parece - com "Caminho das Índias" bombando, eu só podia aderir...
Aderi. E fiz esse trem aí, um kaftan*.
Como ficou simples demais, resolvi fazer uma gola enrolada, franzida, sei lá. Demorei uma tarde só pra projetar e concretizar a gola. O que ganhei de tempo passando a costura reta nos lados do tecido, perdi no detalhe 'muderno' da gola... Are baba!
No final, marido olhou e, como perde o dote, mas não perde a piada, sentenciou: "tá bonito, dava até pra cobrir a janela...." Oh, marido, meu djan, cortina? Te mando pra Caxemira, pra Varanasi que o parta!!! Seu Ulucapatá!!!! Fica com graça que vou arrastar meu sari pelas pedras do mercado, viu???
CULTURA INÚTIL
* Descobri aqui, que o nome Kaftan é empregado para vários tipos de vestuário. Em cada canto do mundo, um modelo, um uso, mas principalmente, sacerdotal.
DICAS DE COMO USAR
Com "k" ou com "c", acredita-se que a peça seja originária da antiga Mesopotâmia.
O corte é largo, as mangas são pontudas.
Confeccionado, geralmente, em seda ou algodão, ele é a peça bacana neste outono/inverno tropical.
Os comprimentos variam: abaixo do quadril ou abaixo do joelho.
São o par perfeito para jeans justinhos, afinal a "peça" já é larga.
Veste bem todos os tipos físicos.
Estampas grandes e cores claras aumentam o volume de qualquer corpo - cuidado!
Já os estampados escuros (de preferência indefinidos) agem como um "spa" (ou, no mínimo, como uma drenagem linfática).
Dependendo do tecido e da grife, chega a custar ... muito.
Nem vou amarrar uma pedra no pescoço e me jogar no poço mais