
Eu sempre acreditei na reciclagem de coisas, ideias e de pessoas, talvez até já tenha dito aqui, em outra ocasião.
Acho que uma pessoa pode sair do nada, da pobreza, da miséria humana, dos vícios, das dores e de toda sorte de coisa ruim - já que reciclar entre nós é sinônimo de um ato de tirar algo do lixo e de transformar em algo ainda útil - para viver novidade de vida.
Muitas vezes, tenho me decepcionado em ver que nem todos têm força, nem todos têm vontade de transformar suas vidas.... infelizmente. Porque o vale da sombra da morte não é o lugar em que Deus nos quer ver. Ele nos prepara um banquete posto em verdes gramados, à beira de regatos cristalinos, diante de nossos inimigos (reais, virtuais, materiais e espirituais). Muitas vezes, não vemos, preferimos o lixo, o úmido, embolorado, frio, desarrumado, turbulento, ruidoso e inóspito vale da sombra da morte.
Porém, há como ressuscitar daí. Há como fazer o lixo continuar com alma nova.

Estes tubos de papelão, ganhei de uma gráfica. Pensei em encapar tudo igual, mas fui mudando de ideia, olhando e pensando. Olhando e 'despensando'. Rs. Eu e o planejamento não falamos o mesmo idioma mesmo.


Este foi o resultado do tubinho menor da foto. Revestido de juta, uma tira bordada e um pedaço de pano que sobrou da cortina, dobrado no meio, enrolado como flor. Está sobre um pequeno armário onde guardo a tranqueira do artesanato.

Já este é um dos tubos altos. Foi parar no canto entre os sofás. O tecido é uma malha cortada da barra do vestido da Joana. Era comprido 'demais' e ela deixou curto 'demais'. O resto, virou vaso. As plantas secas são florzinhas desidratas e um galho de 'sei lá o quê' que o moço da loja de material de construção ia jogar fora. Pedi. Ele riu. "Vai fazer o que dona?" "Arte", respondi com muita cara-de-pau e nenhuma modéstia... Arte!!! Ele prontamente levou para o carro, deve estar acostumado com donas de casas malucas!

Olha a planta mais de perto, tem uma bolinhas.

Este outro virou um cesto guarda-trecos.

Aqui tenho uma porta comprada em loja de material usado. Ela sai do meu quarto para uma pequena área verde do quintal dos fundos. Enche o quarto de luz e de ar fresco.

Para ela, fiz esta cortininha, com um tecido que achei maravilhoso.

Detalhe do tecido, da cortina e da ponteira que fiz com uma das já fomosas flores de feltro, no detalhe. Amei a luz da treliça vasando, formando mais desenhos no tecido já todo bordado. Acho que tive muita sorte por ter achado este tecido na cor que mais adoro, com uma estampa que adoro e levinho como gosto e em promoção.
Eu queria que fôssemos sempre assim, aptos a tentar tirar leite de pedra. Aptos a aproveitar ao máximo os recursos que temos. Nem sempre encontro quem pense e aja assim. Se eu desistisse, hoje até choraria de decepção. Mas viver não tem desculpas. O tempo não negocia comigo. Melhor pegar uma tesoura, uns 'tatainhos', como eu chamava 'retalhinhos' quando minha vó fazia tapetes, uns trapos e tentar mudar meu mundo interno. E descobrir porque artesanato é considerado terapia. Terapia para salvar um final de semana. ♥♥♥♥